quinta-feira, 31 de julho de 2014

Latuff através do Futebol explica a situação na Faixa de Gaza

No Brasil, temos o costume de explicar eventos cotidianos através do futebol, seja por expressões do tipo: "estou na cara do gol" que significa que alguém está próximo em ter êxito em algo, e com essa cultura de futebol que temos (até os não adeptos a esse esporte, não raramente recorrem a esses jargões). Logo não seria diferente para simbolizar e/ou explicar alguma temática, ainda mais através das charges.

Abaixo, segue imagens do cartunista Carlos Latuff  (vale a pena ler esse artigo: http://nefutebolesociedade.blogspot.com.br/2013/05/o-futebol-como-tema-e-linguagem-em.html) que utiliza o artifício do futebol e outros esportes, para passar sua mensagem engajada. Atualmente, Latuff vem utilizando o futebol para abordar sobre a covardia, o massacre de Israel contra os palestinos na Faixa de Gaza. Enfim, vejam e reflitam sobre essas charges que dizem (muito) mais que artigos, reportagens, postagens, comentários e etc.

Agora, recorrendo a outro dito, mas extra futebol, realmente, "uma imagem vale mais do que mil palavras".


Por Carlos Latuff.

Essas charges sem dúvidas, deverão compor livros didáticos e provas de concursos públicos, entre outros. Pois além de dizer muito sobre o tema, são incríveis materiais didáticos, como Professor de Geografia me sinto na obrigação de passar as charges como um método de ensino, ainda mais utilizando algo tão próximo da nossa cultura, o futebol.

Em tempo, quero compartilhar outras duas charges do Latuff, a primeira referente ao jogador de futebol palestino Mahmoud Sarsak, acusado e preso pela justiça israelense. 


Leia mais, aqui: http://zip.net/bjn9Fz

Já a segunda ironiza a inclusão em 2012 da seleção de Israel na UEFA (União das Federações Europeias de Futebol) mostrando claramente a geopolítica implícita recheadas de acordos escusos. 
É notório que Israel procura através do futebol (que tem em seu bojo, a "união de todos"), busca em mostrar uma outra imagem.

Atualmente, a FIFA proibiu jogos em Israel por motivos de seguranças, mas não a impediu de jogar os campeonatos europeus.

"Ainda nesta quinta, a entidade anunciou que, “devido à atual situação de segurança em Israel, nenhum jogo das competições da Uefa poderá ser disputado naquele país até decisão em contrário”.

Com isso, os clubes de Israel que estão classificados para jogar os torneios da Uefa terão que apresentar propostas alternativas para realizar as suas partidas fora do país.

Israelenses e palestinos estão em conflito por causa das mortes de três jovens israelenses e um palestino."

Matéria da televisão portuguesa, TVI: http://www.tvi24.iol.pt/videos/video/14168946/39

Enfim, enquanto isso, o genocídio em Gaza, continua...



domingo, 27 de julho de 2014

Pensamento Solto enquanto assistia Fortaleza x Botafogo-PB válido pela série C do Campeonato Brasileiro

Um exemplo singelo, sobre a diferença nas transmissões do Brasileirão série A pela Globo e a série C, pela Tv Brasil. Comentários para divulgar programas durante a transmissão.

Globo: "Será que fulano ficará com ciclana? Veja amanhã na novela x das 20h."

Tv Brasil: "Amanhã no brasilianas.org haverá um debate imperdível sobre a intervenção do estado no futebol brasileiro."

Sem mais!

(26/07/2014) 

terça-feira, 8 de julho de 2014

Uma resenha "aperitivo" do escritor Rodrigo Santos sobre o embate de logo mais...

Daqui a pouco, às 17h haverá o embate entre as seleções brasileira e alemã, os alemães entrarão em campo com as cores do Flamengo, para tentar trazer mais adeptos e a apoio em campo. Pelas ruas, um dos temas centrais sem duvidas é essa partida e também brincadeiras do tipo: "FlAlemanha" será a campeã no Maracanã como o referido clube da Gávea. Pois bem, o velho clubismo, como sempre, onipresente. 

Venho lendo inúmeras manifestações e mais uma, oriunda Facebook me chamou atenção. Mais uma vez do escritor tavernista Rodrigo Santos,  mesclando futebol com literatura (clique aqui, para ler a primeira crônica). Uma prática que vem tornando-se cada vez mais rara na grande mídia, cada vez mais pragmática e alimentada por furos de reportagens ou por matérias motivacionais entrevistando torcedores ou familiares dos jogadores e etc. Pois bem, segue abaixo mais um texto do Rodrigo, embora atual, de (in)certa maneira é uma viagem no tempo.

Rodrigo Santos em ação lendo seu conto no evento Futebolendo no Clube Comary em Teresópolis/RJ

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
#RESENHA
 
A TERCEIRA VÉRTEBRA DO HOMEM DE PALHA
Antes de Brasil x Alemanha, 8/7/14, Semifinal da Copa do Mundo

Tudo morre, tudo renasce. A lagarta morre para que nasça a borboleta, a semente morre para que nasça a planta, o mamute morreu para que tivéssemos petróleo e... não, peraí, nada a ver essa parada de mamute (melhor cortar na hora da revisão). O sol morre para renascer no dia seguinte, em um ciclo infindável de dinamismo tanatológico e partogênese. O ser humano é o único animal que tem consciência da própria morte, e, ao observar a natureza, criou fantasias mirabolantes de permanência individual – não nos basta virarmos pasto e compostagem, queremos continuar torcendo para o Flamengo e gostando de estrogonofe sem champignon ad aeternum.

Apegamo-nos tanto a nossas ideias de permanência que criamos gerentes para controlar essa rotatividade, e demos a eles os mais variados nomes de deuses. Então oferecíamos a morte a esses deuses, em troca de benesses e condescendência. Os celtas criavam um imenso homem de palha, e colocavam dentro dele malfeitores e criminosos (ou algum Amarildo). Depois, queimavam a palha, assando os pobres coitados lá dentro, em sacrifício ao deus Taranis, que além de controlar os trovões (a forma proto-celta é Toranos – que deve ter sido a origem do nome Thor) deu a roda (opa!) à humanidade. A queima do Homem de Palha acalmava Taranis, que em troca devia dar boa colheita (nesse tempo, tudo se resumia a colheitas decentes e fornicações ilegítimas, legitimadas pelo rito).

Matamos também os próprios deuses, para que renasçam (como o sol) mais fortes, e gerem abundância, prosperidade e escrituras que mandam pobres coitados interfonarem nas manhãs de domingo para serem enxovalhados (para, mesma coisa do mamute, cortar na revisão). A morte do deus servia de égide para crer na permanência, e nos dava confiança para seguir em frente. Bel, Krishna, Mitra, matamos todos, para que o ciclo desse reboot, e em torno de seus renascimentos construímos nosso imaginário de confiança. Um desses deuses mortos uniu um império e todo o mundo ocidental, e seu símbolo maior conforta e faz crer na vitória, estampado em camisas, lábaros e pendurado em cordões.

Até a sexta-feira passada éramos um bando. Jogadores de grande valia, vindo de todas as partes do mundo, vestiriam a amarelinha e se tornariam um time. Mas isso não aconteceu. Esperávamos que a amálgama de talentos variados formasse uma equipe imbatível, que a soma das partes fosse maior que o todo, tudo em vão. Dependemos até aqui de talentos individuais, laivos criativos e poderes únicos, principalmente da estrela maior de nosso time. Seus pés ligeiros criaram a plasticidade que tanto nos orgulha e os gols que tanto nos alegram. E ele se esforçou. Tentou ignorar a autopromoção em que é imerso desde muito cedo. Criou, armou, assistiu, marcou. Porém, ainda assim, não éramos um time, continuávamos sendo um cata-cata de luxo, um conselho de classe de doutores que não formavam um corpo docente. Carecíamos de mais, precisávamos que a chuva caísse sobre os gramados das estéreis e impessoais arenas. Precisávamos de um sacrifício que nos irmanasse em prol de uma causa maior, um lábaro a que seguir.

E veio o sacrifício. Aos 41 minutos do segundo tempo de uma batalha acirrada, com os ventos da vitória a balançar nossos moicanos, nosso Homem de Palha é imolado. Covardemente atingido por uma joelhada nas costas, o deus cai. Suas lágrimas fecundam a terra, e o novo ciclo se impõe.
Não havíamos sido um time porque nada nos irmanava. O hino coxinha que jorrava das arquibancadas não era suficiente, a sagrada camisa canarinho era pouco. Precisávamos de um deus morto, uma imagem a ser estampada no pendão mais alto, a mortalha de um povo que se destinasse a ser rota na batalha. A queda de nosso menino herói nos torna mais fortes e cria o lábaro sangrento a ser empunhado na vanguarda. A mesma joelhada que danificou (temporariamente) a terceira vértebra de Neymar fez girar o ciclo da colheita novamente, e como Constantinos delirantes, vimos ali o signo de nossa vitória.


Que venham os alemães, saudáveis e risonhos, com a velha disciplina tática temperada com o dendê aqui encontrado. Somos agora o time do Neymar, a aldeia a venerar o seu Homem de Palha queimado. Desfraldado o pano da terceira vértebra ferida, venceremos com folga, e seguiremos triunfantes para o embate final no Maracanã, o nó górgio tecido há séculos pelas Parcas. Marcharemos em colunas assimétricas contra nossos Hermanos, pois assim como a morte do deus Sol dura apenas uma noite, o choro de nosso herói nos renova a fé na boa colheita, e na vitória indiscutível. 

E o futebol renascerá em um novo ciclo, sob a égide do Homem de Palha Queimado – e quebrado.


Rodrigo Santos é pai do Miguel, marido de Maria Isabel, flamenguista, professor, corredor de rua e escritor. 

domingo, 6 de julho de 2014

A/C: Patriotários Preconceituosos.

Charge: Carlos Latuff





Depois da vergonha que os patriotários fizeram vaiando o hino chileno digno de um genuíno Yellow Bloc, agora a bola da vez é procurar um culpado pela lesão do Neymar e pelos problemas do país. 

Pois bem, é fato mais do que comprovado que vivemos em um país preconceituoso assim como os outros e não me refiro apenas a cor da pele. Também é sabido que todos temos algum tipo preconceito com alguma coisa mas a diferença é o que fazemos para combater o mesmo. Esse ódio ao colombiano Zúñiga é apenas um subterfúgio que as pessoas tem de colocar seu preconceito para fora com a justificativa que foi o calor do momento entre tantos outros insultos que vemos em estádio de futebol à conversas informais.  

Quantas vezes torcendo para nossos times ou conversando com amigos vemos pessoas com piadas contra negros, nordestino, mulheres e etc. Sendo que quando estão em público/na berlinda tem um discurso politicamente correto? O futebol proporciona essa esfera onde tudo é permitido, é onde supostamente você pode descarregar seus demônios, assim como as redes sociais, ainda mais acrescida da paixão gerada pelo futebol, onde a necessidade de comentar impera assim como a ânsia de demonstrar que está revoltado, assim expondo seus preconceitos enraizados de uma sociedade preconceituosa e hipócrita que faz questão de dizer que não há preconceitos porque nós brasileiros, somos miscigenados e em outrora "éramos todos macacos".

Então porque nos estádios quase não é possível ver negros na torcida brasileira como exemplo podemos ler da matéria da Folha de São Paulo que constatou o óbvio: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/06/1478120-brancos-e-ricos-sao-maioria-na-torcida-do-brasil-no-mineirao-diz-datafolha.shtml e indo além do futebol, há inúmeras outras reportagens e estudos acadêmicos sobre o referido tema.

Desde sexta-feira (04/07) estou escutando e lendo inúmeros comentários a meu ver imbecis de tão extremistas, de pessoas cegas esboçando pseudo sentimentalismo forçado à algumas contra ao Neymar desejando que ele morra, que vá se tratar no SUS e que a mídia brasileira (o que é verdade) fala mais sobre isso a queda do viaduto em Belo Horizonte eu quero saber até agora o que uma coisa tem a ver com a outra, não seria melhor ignorar? Não dá ibope? Respeitando a vida e a dor de outro ser humano, ao invés de querer justificar a lesão de um jogador aos problemas crônicos do país? Claro que vale lembrar o que a mídia faz como sempre manipulando informações, mas e ai? Por que não fazemos diferente como compartilhando à exaustão notícias que foram "esquecidas" pela mídia? Como o caso dos professores no município do Rio de Janeiro que fizeram greve e não receberam seu salário integral? Creio que seja melhor do que disseminar o ódio por um tema que não irá mudar em nada nossas vidas. Ao contrário, continuará gerando mais deturpações e ódio por nada.

Já o caso Zúñiga, este virou o vilão do Brasil, ouvi pessoas dizendo que ele deveria ser linchado pelo povo brasileiro além de ofensas e um linchamento moral não apenas nas redes sociais mas na mídia mesmo nem preciso dizer que isso evoca mas o ódio, a tal ponto que acaba provando ainda mais a cara do Brasil, um país do preconceito onde ainda insistem em dizer que aqui, é um país de todos, só se for de todos os preconceituosos. Visto que nem a filha do Zúñiga foi poupada, leia, e pasmem com os comentários abaixo.

Sem comentários de tão LAMENTÁVEL!
Sobre o que penso da jogada do Zúñiga? Não vi a intenção de lesionar o Neymar mas sim, um tranco para parar a jogada ou para derrubar o jogador mesmo, ânimos exaltados, quem joga bola sabe o que é isso. Sim, acho que seria justo uma punição esportiva a ele, mas só isso, nada de marginalizá-lo, ele não é marginal, talvez seja, quem o criminaliza juntamente com seu asqueroso preconceito.


68 anos de Sylvester Stallone: O Esportista do Cinema


Hoje é aniversário de um dos ícones do cinema e da cultura pop, Sylvester Michael Sylvester Gardenzio Stallone ou simplesmente Rocky Balboa, Rambo, Cobra, Lincoln Hawk, entre tantos outros personagens. Além de sua importância devido a seus serviços prestados a sétima arte, é inegável não reconhecer a importância que Stallone aos esportes, os popularizando através de seu "cinema esportivo" onde inúmeras tramas tem como fundo o mundo complexo dos esportes, além disso, através do esporte, o aniversariante de hoje, também deixou claro, suas preferências políticas.

Como foi no caso de "Rocky IV" (1985) no auge da "Guerra Fria" entre Estados Unidos da América e União das Repúblicas Socialistas Soviética, o personagem principal Rocky, lutará imbuído por uma revanche pois seu amigo Apolo Creed (Carl Weathers) morre após uma luta com o soviético Ivan Drago (Dolph Lundgren) em solo estadunidense e em defesa da honra de Creed, Balboa aceita lutar na URSS. 

O filme faz questão de mostrar os soviéticos como vilões, injustos, aversos a democracia e trapaceiros - lembro aqui, de uma cena onde aparece Drago treinando numa excelente academia e se drogando, para tornar-se uma máquina, enquanto o yankee Rocky treina por meios rústicos. Como todos já sabem ou devem imaginar, Rocky vence o soviético em uma luta sangrenta (usando o calção com as cores da bandeira dos USA que pertencia o Apolo), em seguida faz um discurso de conciliação entre os povos (em inglês) em pleno solo soviético e é aplaudido. Ou seja, vemos algo bem típico da política estadunidense em sua massificação ideológica por meio de aparatos culturais. No filme também vemos pontos da cultura de consumo dos EUA, enquanto na URSS apenas neve, e treinos do Balboa em uma visão bastante estereotipada.

Ivan Drago (Lundgren) Vs Rocky Balboa (Stallone) em plena "Guerra Fria"


Weathers e Stallone em Rocky I (1976)
Vale ressaltar que o personagem Rocky Balboa além de político foi de suma importância para a história do boxe, ajudando-o a ser melhor aceito pela sociedade, problematizando além da disputa a vida que os pugilistas levavam para chegar ao topo, vimos o boxe além de um esporte, mas sim, uma esperança para muitos em ter uma chance de ascender socialmente que lhes foram negada pelo sistema e preconceitos - visto que a maioria dos lutadores nos EUA são negros ou imigrantes pobres. O próprio Balboa tinha ascendência genovesa e era apenas um lutador mediano e sua chance vem através de Creed, um negro estadunidense egocêntrico e principal lutador do país que quis fazer um evento de auto promoção, uma luta no dia da independência: 04 de julho, para mostrar a América - como a terra das oportunidades, sendo assim. A luta seria contra um lutador desconhecido e Balboa foi escolhido por ser mais próximo de um genovês como Cristóvão Colombo, o "descobridor da América" assim a luta seria entre um estadunidense negro, que deu a volta por cima, em uma terra das oportunidades e supostamente sem preconceitos contra simbolicamente seu colonizador. Assim podemos perceber que até no cinema o esporte é usado como confronto ideológico e simbólico entre os países
Ainda no mundo do boxe, Stallone passa a ser confundido como Rocky Balboa, sendo que este, passa a ser no imaginário do senso comum, o alter ego de Sylvester Stallone e a mídia também percebe isso. Tanto que o convida para apresentar ao lado do ex-pugilista Sugar Ray Leonard um reality show chamado "The Contender" (2005 - 2008) onde o objetivo era encontrar o melhor lutador - esse reality show chegou a ser exibido no Brasil pela Redetv! Seria uma espécie de "The Ultimate Fighter". Em 2013 em "Grudge Match" ("Ajuste de Contas"). Stallone volta ao ringue mas agora seu oponente é o "Touro Indomável" Robert De Niro. O filme é sobre um duelo entre ex-lutadores que não ocorreu no passado e depois de anos a oportunidade surgiu, logo em uma época onde o boxe não tem tanto glamour como em outrora. O filme também aborda essa "rivalidade" entre Boxe x UFC abaixo segue um vídeo que demonstra isso, com participação ilustre de Chael Sonnen. 


Stallone em ação como Lincoln Hawk.
O boxe  foi o principal esporte abordado por Sylvester Stallone contudo não foi o único. Há outros personagens como o clássico caminhoneiro Lincoln Hawk onde sua modalidade esportiva além de seu ofício no caminhão era o "Braço de Ferro", uma competição que existe na vida real, inclusive no Brasil, todavia pouco difundida e comentada como outros esportes e assim Stallone através de seu "cinema esportivo" nos abre uma outra visão de esporte no filme "Over The Top" ("Falcão - O Campeão dos Campeões") de 1987.

Stallone também já ajudou a promover o esporte radical, o montanhismo em "Cliffhanger" (1993) o filme obteve uma ótima repercussão ao ponto de tornar-se um jogo de vídeo game na época para o console da Nitendo o Super Nintendo Entertainment System.


Além do montanhismo passou pelo automobilimo foi piloto de Fórmula Indy em "Driven" (2001). Nesse caso, eu sustento a opinião que Stallone esteve mais como convidado do que engajado, porque a Fórmula Indy já é bem consolidada nos Estados Unidos e em várias partes do mundo, e esse filme tem um cunho bastante promocional.

E quem disse que estadunidense nunca gostou de futebol (soccer)? Nessa foto abaixo, Stallone ostenta o time do qual é torcedor. Everton da Inglaterra. 

Stallone: Torcedor do Everton da Inglaterra.
E não só isso, ele também já foi goleiro nos cinemas participando do filme: "Escape to Victory" ("Fuga para Vitória") de 1981 que contou até com a participação de Pelé, interpretando um jogador de Trinidad e Tobago. Nesse filme Stallone fazia parte do time dos aliados que estavam preso dentro de um campo de prisão nazista durante a Segunda Guerra Mundial na Alemanha, entre esses presos há um major que no passado tinha sido um craque alemão nos gramados e que tem a ideia de realizar uma partida entre a seleção do seu país contra a dos prisioneiros aliados. A partida é aceita pois um dos meios de propaganda nazista em demonstrar a sua supremacia era através esporte.

Enfim, eis Sylvester Stallone, o "Esportista do Cinema" através da ficção nos propiciou emoção, nos mostrou o bastidor de inúmeras modalidades esportivas além de usar o esporte como ferramenta de fazer política da qual é partidária. Pois bem, apesar dos pesares, seu saldo é positivo. Então, Parabéns (duas vezes) Stallone.
















sexta-feira, 4 de julho de 2014

Uma crônica ao estilo Nelson Rodrigues no dia em que Neymar saiu da Copa classificado

Hoje foi uma sexta-feira com duas rodadas de futebol (Alemanha 1x0 França e Brasil 2x1 Colômbia), para os brasileiros nem houve tanto sofrimento dentro de campo como havia sido contra o Chile com direito a decisão da vaga para as quartas de final via penalidades máximas. Mas o fardo para os torcedores da seleção brasileira e por quê não, aos que admiram o futebol também, certamente foi a saída do Neymar do campo, de uma forma tão grave.

Devido a uma lesão na vértebra depois da entrada violenta do colombiano Zuñiga. Assim, confirmou-se mais uma sofrida ironia da vida: Neymar mesmo classificado para as semifinal do Mundial e sendo o melhor jogador de sua seleção, estava eliminado.
 

Assim não tardou para os torcedores se manifestarem pelas redes sociais, mensagens de pesar, solidariedade ao atacante brasileiro e ódio ao colombiano. Além de notícias, fotos, replays e etc. Nas ruas também pude presenciar as pessoas curtindo a vitória e aos poucos a notícia da saída do Neymar vinha como água no chope, claro que a festa não parou mas o clima de apreensão e comentários pessimistas e outros otimistas, como que o time irá jogar pelo Neymar, assim como os uruguaios tinham essa crença após sua exclusão da competição por aquela famosa "mordiscada" e por assim, foi e continua sendo a noite. Neymar, Neymar e Neymar e do jogo em si, pouco comentam. 

Quando voltava para casa vi através do meu celular uma crônica do Rodrigo Santos no Facebook ao estilo Nelson Rodrigues em seus velhos tempos com suas crônicas de futebol (que ajudou muito a intensificar o futebol como esporte número um do país além de reforçar ainda mais o imaginário de que a seleção brasileira era a "pátria de chuteiras" mas isso é uma outra história), já a crônica do Rodrigo, além de descrever a partida e ser uma das exceções de minha linha do tempo que não comentava sobre o fatídico ocorrido com o Neymar, mostrou o futebol mesmo que moderno por um viés romântico como de outrora. Enfim, faço questão de compartilhar com vocês. Segue a crônica abaixo.

Como Nelson Rodrigues, assim imaginei o Rodrigo Santos quando o li.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
APENAS ESPORTE NÃO DEFINE BRASIL 2 X 1 COLÔMBIA, 4/7/2014.

Esqueça tudo o que você sabe sobre esporte. Esqueça inclusive das aulas de biologia onde o professor discorria sobre a permanência do mais capaz. Futebol não é isso. Esqueça o boxe, onde uma junta de notáveis decide o vencedor por pontos. Esqueça a ginástica, onde os competidores são todos deuses, e a vitória se dá por um erro milimétrico do adversário. Vôlei, basquete, natação, nada disso. Futebol não tem nada a ver com seus pares, e por isso mesmo é o mais apaixonante, chegando a ser mais do que uma simples disputa de exibição atlética. Futebol é o único esporte onde o vira-latas pode ser rei. Você pode jogar melhor durante o jogo todo, e ver cair por terra o triunfo devido a um infortúnio – ou pela fortuna do adversário. Você pode carregar títulos inefáveis, jogadores de alta performance, e ver brilhar à sua frente um desconhecido em noite de gala. Na hora em que o apito inicial se faz ecoar pelo estádio, todas as variáveis pesam na equação, e o resultado final sempre serão as lágrimas – de alegria ou de tristeza, de decepção ou de superação. Entramos em campo hoje com um time desacreditado, carregando em seus ombros a exposição midiática de suas fraquezas. “Um time de maricas!” – exclamavam alguns, impressionados pela torrente de lágrimas derramadas pelo escrete. Chora quando entra em campo, chora quando canta o hino, chora quando faz gol, chora até pra dar entrevista. Fraquezas? Todos temos, mas o simulacro bélico que é uma partida de futebol as superlativa de forma ridícula e intolerante. Não queríamos guerreiros chorões, queríamos sangue nos olhos e dentes cerrados (desculpa, Suarez, você não). E os guerreiros sentiram. A melhor forma de se extrair a essência é destangerinando a aparência, e aqueles que aparentavam meninos chorões viram a puberdade em poucos dias. Do outro lado, um time que pela primeira vez levava seu país tão distante em uma eliminatória, uma seleção que não havia perdido nenhum jogo nesta competição e que, além de sua alegria dançante, trazia um dos craques deste julho: o jovem James Rodríguez, de apenas 22 anos, que encantava o mundo com um repertório variado de gols que o alçaram à artilharia do maior torneiro de futebol do mundo. Um time que vinha povoando as resenhas, uma Colômbia a fim de escrever uma nova história. A bola foi tocada no círculo central, e um escrete diferente dos jogos anteriores vestia a sagrada amarelinha. Pressionando, lutando, atingindo com tenacidade o adversário. Nosso capitão imberbe – o mais exposto naqueles tempos pré-colombianos – tratou de abrir o placar nos minutos iniciais, e deu o recado. Aqui era o Brasil, e ninguém nos trataria como vira-latas em nosso próprio quintal. O time da Colômbia lutava, mas esbarrava na vontade e na sanha de apagar as lágrimas derramadas no prelo. O primeiro tempo terminou com a vantagem brasileira – mas ela era mínima, e como todo aficionado em futebol conhece, não era suficiente. Não nesse esporte. 

O segundo tempo se iniciava, e a Colômbia se agigantava. Sofremos (desde o início da Copa, talvez) a ausência de nosso centroavante. Parecia que por sua cabeça – principal arma – passavam outras coisas que não a bola ou o jogo (caipisakês?) Paulinho mais uma vez consagrava seu parceiro de contenção (desta vez o incansável Fernandinho) sendo displicente e moroso, visivelmente fora de forma. Não fossem nossos laterais, teríamos sucumbido. Maycon e Marcelo jogaram como ainda não haviam, enchendo os olhos e as alamedas periféricas para a alegria de todos (provavelmente não a de Dani Alves). Mas o futebol é outro tipo de esporte, quase uma guerra, e os heróis se forjam no calor da batalha. Falta na intermediária adversária, e nosso Juggernaut de cabelos de lã, dono absoluto da zaga, pediu para bater e avisou ao Hulk: “Essa é minha”. David Luiz então partiu, e disparou contra a bola um três dedos que só podia ter um endereço. O excelente goleiro colombiano Ospina, que havia brilhado no primeiro tempo com defesas improváveis, ainda raspou seus dedos nela, mas a encomenda foi entregue à rede: Brasil dois a zero. Esqueça então o resto; um véu se derriba sobre o olhar do fanático, e nada mais importou. Esqueça o pênalti cobrado com perfeição pelo menino craque James Rodríguez, a desleal joelhada no nosso menino craque, as mexidas erradas de nosso técnico que matou qualquer possibilidade de jogada para o Brasil: até o apito final, um suspiro se concentrava e crescia na garganta, o suspiro de alívio só liberto aos 50 minutos, quando o fraco juiz decretou o fim da batalha. No lugar do choro, sorrisos e abraços. Nossos garotos haviam virado homens. No outro campo, o fim de uma utopia se estampava cruelmente nos semblantes dos adversários. O menino James, artilheiro da Copa e craque inopinado, tinha o rosto desfigurado por um choro que eram mais do que lágrimas, ao ser ver impedido de levar adiante o sonho de cada menino de seu país, o de chegar ao topo do mundo pela primeira vez. 

Outro menino gigante, o nosso David Luiz, percebeu seu desespero e provavelmente se viu ali, pois estaria no mesmo sofrimento se não tivesse acertado aquele chute miraculoso. Abraçou a jovem promessa colombiana, certificou-se de mostrar ao pequeno James o seu valor, a sua vitória, e o levou até a torcida brasileira que, merecidamente, os aplaudiu. 

James Rodríguez sendo consolado por David Luiz em pleno Castelão. Foto: Efe - Jornal Estadão/SP - 04/07/2014
Outros atletas brasileiros se aproximaram, mas foi David Luiz, o melhor jogador da Copa, que conduziu a apoteose merecida ao jovem James Rodriguez, que volta agora pra casa como um titã. O futebol não é nada do que você conhece, e é isso tudo. A solidariedade de nosso gigante de cabelos de lã com o menino James tornou mais doce a nossa vitória. Obrigado, garotos. O choro agora é nosso. 

Rodrigo Santos é pai do Miguel, marido de Maria Isabel, flamenguista, professor, corredor de rua e escritor.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Rugby domingo (06/07) em Niterói/RJ

Poucos sabem mas o rugby é um esporte que vem aos poucos crescendo no Brasil, nesse ano por exemplo, houve dois jogos do Campeonato Sul-Americano em território brasileiro. Certamente muitos não sabem disso, provavelmente devido a nossa cegueira e febre pelo futebol. Vale ressaltar que o rugby estará presente nas Olímpiadas de 2016. 

Pois bem, não irei me alongar pois essa postagem é de divulgação. Então, compartilhando a dica do meu amigo geógrafo Ronald Coutinho (jogador e treinador de rugby). Segue o flyer abaixo com todas as informações.

Organização: Federação Fluminense de Rugby 
Lembrando que a partida principal é valida pelo Campeonato Estadual de Rugby Série A. Logo, o Guanabara Rugby Club irá jogar a série B do Brasileiro de Rugby em 2015. Pois o Niterói Rugby Football Clube já encontra-se jogando o Campeonato Brasileiro Série A, sendo o único time representante do Estado do Rio de Janeiro.